quinta-feira, 9 de maio de 2013

PRONOMES RELATIVOS- Aula dia 09/05


Pronomes relativos são os pronomes que substituem um termo da oração anterior e estabelecem relação entre as duas orações.

Exemplo: 1ª oração: Não conhecemos o aluno. 2ª oração: O aluno saiu.

Não conhecemos o aluno que saiu.

Como se pode perceber, o “que”, nesse período está substituindo o termo aluno e está relacionando a segunda oração com a primeira.

Os pronomes relativos são os seguintes:

o qual, a qual, os quais, as quais
cujo, cuja, cujos, cujas
quanto, quanta, quantos, quantas

que (quando equivale a o qual e flexões)
quem
onde (quando equivale a “em que” ou “no qual” e flexões)

O USO CORRETO DOS PRONOMES RELATIVOS

O Pronome Relativo "Que"
Este pronome substitui um substantivo - pessoa ou "coisa", evitando sua repetição. Na montagem do período, deveremos colocá-lo imediatamente após o substantivo repetido, que passará a ser chamado de elemento antecedente.

Por exemplo, nas orações “Roubaram a peça” e “A peça era rara no Brasil” há o substantivo “peça” repetido. Ao unirmos as duas orações em um só período, poderemos usar o pronome relativo “que” e, assim, evitar sua repetição. O pronome será colocado após o substantivo. Então teremos Roubaram a peça que ... esse “que” está no lugar da palavra “peça” da outra oração, portanto agora terminaremos a outra oração ... era rara no Brasil, ficando
Roubaram a peça que era rara no Brasil.

Poderemos também iniciar o período pela outra oração, colocando o pronome após o substantivo. Então, teremos “A peça que ...”. Esse “que” está no lugar da palavra peça da outra oração, portanto, agora, terminaremos a outra oração ... roubaram, ficando “A peça que roubaram ...” e, finalmente, terminaremos a oração que havíamos iniciado “... era rara no Brasil”, ficando
A peça que roubaram era rara no Brasil.
Outros exemplos:

01) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto.
·       Substantivo repetido = garoto
·       Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto que ...
·       Restante da outra oração = ... você estava procurando.
·       Junção de tudo = Encontrei o garoto que você estava procurando.
Começando pela outra oração:
·       Colocação do pronome após o substantivo = Você estava procurando o garoto que ...
·       Restante da outra oração = ... encontrei
·       Junção de tudo = Você estava procurando o garoto que encontrei.

02) Nós assistimos ao filme. Vocês perderam o filme.
·       Substantivo repetido = filme
·       Colocação do pronome após o substantivo = Nós assistimos ao filme que ...
·       Restante da outra oração = ... vocês perderam.
·       Junção de tudo = Nós assistimos ao filme que vocês perderam.
Começando pela outra oração:
·       Colocação do pronome após o substantivo = Vocês perderam o filme a que ...
·       Restante da outra oração = ... nós assistimos
·       Junção de tudo = Vocês perderam o filme a que nós assistimos.
Observe que antes do pronome relativo “que”, colocamos a preposição “a”. A explicação é a seguinte: quando o verbo do restante da outra oração exigir preposição, deveremos colocá-la antes do pronome relativo. Então teremos: Vocês perderam o filme a que nós assistimos.

O Pronome Relativo "Cujo"
Este pronome indica posse (algo de alguém).
Na montagem do período, deveremos colocá-lo entre o possuidor e o possuído (alguém cujo algo)
Por exemplo, nas orações “Antipatizei com o rapaz”. “Você conhece a namorada do rapaz”. o substantivo repetido o rapaz possui a namorada. Deveremos, então, usar o pronome relativo cujo, que será colocado entre o possuidor e o possuído. Então, ficará: O rapaz cuja namorada. Somando as duas orações, teremos
Antipatizei com o rapaz cuja namorada você conhece.

Outros exemplos:

01) A árvore foi derrubada. Os frutos da árvore são venenosos.
·       Substantivo repetido = árvore - Observe que o substantivo repetido possui algo.
·       Algo de alguém - Alguém cujo algo: os frutos da árvore - a árvore cujos frutos. Somando as duas orações, teremos:
·       A árvore cujos frutos são venenosos foi derrubada.


O Pronome Relativo "Quem"
Este pronome substitui um substantivo que representa uma pessoa, evitando sua repetição. Deve ser utilizado antecedido de preposição.
Por exemplo, na oração “A garota que conheci está em minha sala”, Substituindo o “que” pelo “quem”, teremos
A garota a quem conheci ontem está em minha sala.

O Pronome Relativo "Qual"
Este pronome tem o mesmo valor de que e de quem.

É sempre antecedido de artigo, que concorda com o elemento antecedente, ficando o qual, a qual, os quais, as quais.

Meu irmão comprou o restaurante. O restaurante fica no Porto.
·       Substantivo repetido = restaurante
·       Colocação do pronome após o substantivo = Meu irmão comprou o restaurante que ...
·       Restante da outra oração = ... fica Porto.
·       Junção de tudo = Meu irmão comprou o restaurante que fica Porto. ou Meu irmão comprou o restaurante o qual fica no Porto.
Começando pela outra oração:
·       Colocação do pronome após o substantivo = O restaurante que ...
·       Restante da outra oração = ... meu irmão comprou ...
·       Finalização da oração que se havia iniciado = ... fica no Porto.
·       Junção de tudo = O restaurante que meu irmão comprou fica no Porto. ou O restaurante o qual meu irmão comprou fica no Porto.
O Pronome Relativo "Onde"
Este pronome tem o mesmo valor de em que. Sempre indica lugar.
Exemplo:
Eu conheço a cidade. Sua sobrinha mora na cidade.

·       Substantivo repetido = cidade
·       Colocação do pronome após o substantivo = Eu conheço a cidade que...
·       Restante da outra oração = ... sua sobrinha mora.
·       Junção de tudo = Eu conheço a cidade que sua sobrinha mora. Porém o verbo morar exige a prep. em, pois quem mora, mora em algum lugar. Então, Eu conheço a cidade em que sua sobrinha mora. ou Eu conheço a cidade na qual sua sobrinha mora. (ou ainda) Eu conheço a cidade onde sua sobrinha mora.

                                O Pronome Relativo "Quanto"
Este pronome é sempre antecedido de tudo, todos ou todas, concordando com esses elementos - quanto, quantos, quantas.

Exemplo:

Fale tudo quanto quiser falar. Traga todos quantos quiser trazer. Beba todas quantas quiser beber.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

SONETO


Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

(Vinícius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.)
O poema acima é um SONETO.
O que é um soneto? É um poema composto por quatro estrofes em que duas possuem quatro versos e duas possuem três versos.

O que é verso?
É cada linha do poema.

O que é estrofe?
É um conjunto de versos.

TEXTO LITERÁRIO E TEXTO NÃO LITERÁRIO



Quando indagamos a respeito do que é que distingue um texto literário do não literário, percebemos que são inúmeras as respostas as quais não são definitivas.
Assim, tem-se buscado a demarcação dos textos em outros campos. Todo texto possui uma FUNÇÃO. Com base nesta conclusão, diz-se que o texto literário apresenta uma FUNÇÃO ESTÉTICA, enquanto o texto não literário tem uma FUNÇÃO UTILITÁRIA (informar, convencer, explicar, responder, ordenar etc.).
O texto literário é rico em linguagem literária, repleto de recursos expressivos que chamam a atenção para o modo como foi construído. Ele procura sensibilizar, emocionar o leitor. A preocupação estética é patente, as palavras são arranjadas no papel com muita beleza e são carregadas de sentidos conotativos.

Veja o exemplo de dois textos, tratando do mesmo assunto. 

A escravidão dos negros, no Brasil, é uma nódoa que mancha a nossa história. Mesmo com a “libertação “dos escravos, através da Lei Áurea, a escravidão continua a deixar seu rastro por muitos e muitos anos. Grandes injustiças sociais foram cometidas contra os cidadãos afrodescendentes que, ao receber a chamada “liberdade”, foram, de um dia para o outro, jogados ao Deus dará, sem ter emprego fixo, moradia ou alimentos, criando-se assim outro problema tão grave quanto a escravidão: eram levas e levas de ex escravos que vagavam pelas cidades, sem ter quem os acolhesse. Logo em seguida, ao invés de contratar os serviços dos recém libertos, o Brasil resolveu investir trazendo agricultores europeus, principalmente os italianos, para cuidar da lavoura, tarefa que antes era exercida exclusivamente pela mão de obra escrava. 
(M. das Neves)
(...)
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
(...)
(Castro Alves)

CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO



Podemos dizer que os sentidos das palavras compreendem duas ordens: referencial ou denotativa e afetiva ou conotativa.
A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em "estado de dicionário"

Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.

Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras realidades por associações que ela provoca.

Observe as diferenças fundamentais entre denotação e conotação:
DENOTAÇÃO
CONOTAÇÃO
palavra com significação restrita
palavra com significação ampla
palavra com sentido comum do dicionário
palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum
palavra usada de modo automatizado
palavra usada de modo criativo
linguagem comum
linguagem rica e expressiva

Exemplo de conotação e denotação
Para exemplificar, de maneira simples e clara, estes dois conceitos, vamos tomar a palavra cão: terá um sentido denotativo quando designar o animal mamífero quadrúpede canino; terá um sentido conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma pessoa sem caráter ou extremamente servil. (Otto M.Garcia, 1973)