domingo, 9 de agosto de 2009

Fotos - Mesa "A Voz de Professores"



Texto elaborado pelos professores do grupo “Redes de Poder” para a Mesa “A Voz de Professores” - Poder Escolar 2009.

Quem somos?
Somos educadores! Isso é indiscutível – mas o que nos diferenciaria dos demais?A coragem em nos expor e nos mostrar como um grupo que, diante do caos em que se encontra nossa educação, não se acomoda, de certa forma, incomoda, pois busca uma melhoria na qualidade de ensino.
Diante dessa concepção de educador é que nos propusemos a participar do projeto “Redes de Poder”, uma vez que com ele buscamos os mesmos objetivos, ou seja, ansiamos por uma valorização do trabalho do profissional da educação; buscamos a qualificação das nossas práticas, e encontramos neste projeto um espaço para refletir o que fazemos, a forma que fazemos, contrapondo à visão que se generaliza na imprensa e nos discurso das políticas.
As reuniões acontecem desde o ano passado e inúmeros foram os docentes convidados a participar, mas poucos foram os que permaneceram. Não nos cabe aqui questionar a desistência deles, pois sabemos que temos uma carga pesada de trabalho e muitos fatores contribuíram para tal. Com este grupo, bastante restrito, os encontros foram acontecendo, ao longo dos meses, até que fomos convidados a participar, durante o Poder Escolar, edição 2009, de um momento privilegiado, designado como “A voz de Professores”.
Nesse momento, inúmeros sentimentos misturaram-se em minha mente: satisfação, medo, alegria confiança, insegurança, nervosismo... Acredito que esses também foram os sentimentos da maioria dos professores do grupo. Associados a esses sentimentos, surgiam alguns questionamentos. Como falar em um teatro lotado, para mais de mil profissionais da educação? O que nossos pares iriam pensar? Como receberiam? Enfim...
Afinal, estaríamos ali como representantes desta classe? É de se esclarecer isso! Não estamos representando a classe. Somos representantes de um grupo entre tantos outros que acredita no que faz e, por isso, clama por mudanças, e estamos aqui para demonstrar que a mudança é possível, que necessitamos acreditar que a educação de qualidade não é utopia.
Cabe ressaltar que muitos de nós ficamos receosos de que, ao sermos convidados a integrar o grupo, fosse mais um encontro com um distanciamento entre a teoria e a pratica – discutir e não apontar soluções. Aqueles encontros em que o especialista, o doutor, a imprensa, o político, todos apontam os erros do professor em sala de aula, a sua “culpa inegável” do caos na educação e nada de incentivo ou motivação aos educadores.
Para nossa surpresa, entretanto, os encontros constituem-se extremamente úteis, pois é o espaço onde compartilhamos nossos medos e frustrações, mas, principalmente, trocamos ideias sobre os projetos que desenvolvemos em sala de aula, apontando seus erros e acertos, além dos limites, obstáculos e possibilidades que encontramos dentro de nossas escolas.
Vivenciamos uma época de questionamento geral no que tange à falta de interação entre a universidade e a escola. Com o passar dos meses, acreditamos que esse distanciamento entre essas duas instituições pôde ser encurtado, e a troca entre estas duas diferentes realidades, que têm por finalidade a educação, constitui-se imprescindível para o crescimento de ambas.
Apesar da heterogeneidade, verificamos, neste grupo, a concretização de um sonho. Vários professores de diferentes escolas e de distintos níveis de ensino da educação básica reunidos com professores da universidade que se mostram interessados em conhecer a nossa realidade e contribuir com os seus saberes na reflexão de nossas práticas, ou seja, todos unidos em prol de um mesmo objetivo: a educação.
Assim, ao longo dos encontros, procuramos debater e refletir sobre nossos projetos e práticas escolares. Percebemos, pois, que os problemas da maioria são parecidos: falta de espaço, pouco horário e recursos para a organização e realização dos projetos, mas nada que impeça a efetivação dos mesmos.
Nesse contexto, acreditamos que outros professores poderiam estar participando deste grupo, pois assim como muitos de vocês um dia nós também, algumas vezes, participamos apenas como ouvintes nos eventos até o dia em que fizemos um esforço e nos propusemos a sair do nosso comodismo e nos oportunizamos a valorizar o nosso trabalho e dividirmos nossa ação educativa. Com o apoio de amigos e colegas “alimentamo-nos” de coragem para nos expor, enfrentando medos e dificuldades. Constatamos, hoje, o quão importante foi transpor todos os obstáculos, pois o ganho que tivemos ao fazer parte deste grupo foi imensurável.

Texto inicial referente à discussão dos eixos temáticos para a Conferência Nacional de Educação – CONAE.

“Ninguém caminha
sem aprender a caminhar,
sem aprender a fazer
o caminho caminhando,
refazendo e retocando o sonho
pelo qual se pôs a caminhar.”
(Paulo Freire)

Apropriando-nos das palavras de Paulo Freire, percebemos o quão significativas e apropriadas elas se tornam num momento tão delicado e importante de nossa Educação.
Inúmeras são as instituições as quais têm voltado sua atenção desde abril do corrente ano para a Conferência Nacional de Educação – CONAE – a qual se constitui um espaço democrático aberto pelo Poder Público para que todos possam participar do desenvolvimento da Educação Nacional e tem como tema central: Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: o Plano Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação.
Cabe salientar a importância da supracitada Conferência uma vez que definirá os rumos da Educação para os próximos dez anos. Serão oportunizados momentos para avaliar o Plano Nacional de Educação, ou seja, identificar as lacunas bem como avaliar as necessidades.
Diante de um evento tão importante, nosso município também está mobilizado. Após a etapa inicial, ocorrida no Colégio Municipal Pelotense, cujo objetivo foi divulgar a CONAE - Conferencia Nacional de Educação, suas etapas e temas, para toda comunidade escolar, cada instituição organizou suas atividades de modo a garantir que todos os segmentos do estabelecimento de ensino fossem estimulados a se envolver em todo o processo. Este momento constituiu-se o início dos trabalhos que terão continuidade nas Conferências Municipais, Regionais e Estadual e na etapa Nacional em abril de 2010.
Divulgada a CONAE em Pelotas, a sugestão foi a formação de grupos de estudo por segmento para verificar os índices de desenvolvimento humano e da educação em cada comunidade, avaliar a situação atual, identificar potencialidades e carências da Educação, tendo como referência os seis Eixos Temáticos, quais sejam: eixo I – Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e Regulação da Educação Nacional; eixo II – Qualidade da Educação, Gestão Democrática e Avaliação; eixo III – Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar; eixo IV– Formação e Valorização dos Trabalhadores em Educação; eixo V–Financiamento da Educação e Controle Social; eixo VI - Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade.
Assim sendo, estudantes, pais, profissionais da educação e gestores da Escola Municipal Dr. Joaquim Assumpção, organizados de modo geral, tiveram em suas mãos, no dia 19/06/2009, uma oportunidade ímpar de debater os rumos da educação brasileira; debate este que originou este documento no qual estão explícitas as reflexões da nossa comunidade escolar. O objetivo deste é contribuir para compor o documento maior norteador de toda a política educacional brasileira e contribuir, conforme afirma o professor da Universidade Federal de Goiás em programa exibido pela TV Escola, com a proposição e formação de políticas educacionais mais orgânicas no país.
A seguir serão apresentados alguns comentários acerca dos eixos bem como alguns pontos que julguei importantes referentes às discussões realizadas pela comunidade escolar.

Eixo I
Segundo o artigo 1º da LDBEN, a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
Ainda com base na legislação, ter uma educação de qualidade é um direito de todos e este direito, iluminado pelo valor da igualdade entre as pessoas, foi consagrado pela primeira vez em nossa Constituição Federal de 1988 como um direito social (artigo 6º da CF/88). Com isso, o Estado passou formalmente a ter a obrigação de garantir educação de qualidade a todos os brasileiros.
Percebe-se, portanto, que tomando a legislação como ponto de partida, podemos afirmar que “a educação como um direito fundamental estrutura-se como um dever compartilhado entre Estado, família e sociedade. O Poder Público, como um dos responsáveis pelo fomento à educação, deve promover ações não só no âmbito de elaboração de políticas públicas (executivo), no âmbito de elaboração de leis (legislativo), mas também exercendo o papel de protetor e fiscalizador desse direito (judiciário)”.


Eixo II
Para que se possa obter qualidade na educação, gestão democrática e avaliação torna-se imprescindível implementar mecanismos democráticos, autênticos e transparentes de avaliação das atividades, levando em conta a autonomia, a representatividade social e a formação para a cidadania.
Assim, diante dessa concepção, a gestão escolar deve buscar a participação das pessoas que influenciem com suas ideias os rumos da educação. Nesse processo, é imperativa a avaliação institucional, como ferramenta de aferimento das ações desenvolvidas na busca da excelência, na condução de uma escola correta, mesmo diante das inúmeras dificuldades encontradas.
Eis os pontos destacados no grupo de discussão:
• Gestor escolar agindo como articulador, líder, possuindo uma visão global de educação.
• Avaliação institucional deve ser implantada definitivamente de forma contínua e permanente. Que os dados levantados na avaliação constituam-se subsídios para melhoria dos planos de ação da escola.
• Implantação de avaliação aos profissionais da educação
• Como forma de qualificar a educação, associar o conhecimento científico com o conteúdo espontâneo, ou seja, associar teoria à prática.
• Profissionais especializados atuando na escola, qual seja, servidor integrante da escola como médicos, dentistas, psicopedagogos, psicólogos fonoaudiólogos...

Eixo III

Promover a educação de qualidade não se constitui tarefa fácil e não é tarefa para amadores. Vale lembrar, entretanto, que lições simples e viáveis estão ao alcance das escolas. É preciso começar por acreditar que as coisas podem mudar. E que são as pessoas que fazem a mudança. Pessoas como nós, educadores, que acreditamos que uma educação melhor é possível, desde que sejam implementados programas de gestão para o sucesso escolar cujo foco contribua para fortalecer o papel do educador como líder pedagógico, com objetivo de garantir a contínua melhoria dos resultados dos alunos. Cabe lembrar que o sucesso escolar requer não só o trabalho das escolas e dos professores, mas também da implantação de políticas educacionais.


Eixo IV
A formação e valorização dos profissionais de educação têm-se constituído tema norteador de debates nos mais variados encontros da educação. Não seria diferente neste momento. Assim, deve-se ressaltar a importância não só da criação de leis que regulamentem esses pontos, já previstos na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), bem como o cumprimento das mesmas. Eis os pontos destacados no que tange a este eixo temático:
• A necessidade de aprovação urgente do projeto de lei que regulamenta o piso nacional para os professores no valor de R$ 950.
• Capacitação de professores uma vez que ainda existem professores leigos atuando, principalmente, em municípios carentes bem como professores atuando sem uma titulação específica.
• O Educador, como importante agente no processo educativo, deve ser valorizado com a recuperação de sua autoestima e com uma remuneração condigna.


Eixo VI

Um dos problemas mais discutidos atualmente constitui-se a questão do significado das aprendizagens. Diante disso, uma enorme sensibilidade no que concerne às desigualdades sociais e um forte sentido de justiça conduzem-nos a intervir na educação para ajudar os alunos a tornarem-se cidadãos mais participativos e críticos na construção de uma sociedade mais justa e equitativa, pois, segundo o professor Carlos Alberto Torres da Universidade da Califórnia, a Educação, como tem sido praticada, “produz desigualdade e legitima o privilégio”.
Os professores são elementos-chave cujas decisões podem contribuir para mudanças na cultura profissional em educação numa perspectiva de incluir o social, o político e o cultural.

Texto elaborado pelos professores participantes – mesa “A Voz dos Estudantes”

Participar do Poder Escolar tornou-se um aprendizado anual cujos momentos são reservados para refletir sobre as nossas práticas enquanto educadoras. Essa importância em relação a este evento tomou outra dimensão no momento em que, em 2008, fomos convidados - alunos e professores – a participar de um momento único “A Voz dos Estudantes”.
Em princípio, quando fomos convidados para a 1ª reunião, questionei o que seria essa mesa, o que se abordaria, enfim muitas questões, poucas respostas, uma vez que se constituía um projeto e como todo o projeto começa com uma “cara” e só vai adquirindo a formato desejado pelos componentes com o tempo.
Continuamos as reuniões e um objetivo era de consenso no grupo: proporcionar aos educandos um espaço deles, um espaço em que eles tivessem vez e voz.
Face ao exposto, o trabalho continuou até o momento do evento. Dia em que todos os participantes desse projeto, alunos e professores mostravam-se ansiosos, afinal como seriam os educandos recebidos? Como os professores que coordenavam esse projeto nas escolas seriam vistos?
Chegado o dia da mesa. Palestra do professor Skliar (excelente palestra, por sinal) e, logo em seguida, formação da mesa com os alunos selecionados nas escolas.
Alguns impasses iniciais, e os alunos fizeram suas perguntas e sem respostas imediatas, as questões foram-lhes, algumas vezes, devolvidas para que eles mesmos respondessem. Essas e outras posturas demonstraram a presença de espírito do debatedor à época, mostrando-nos que, diante das perguntas, ao invés de darmos as respostas, nós, educadores, temos o dever de instigar nosso aluno a sair de sua escuta passiva, a participar dos debates suscitados, a refletir, enfim, é nosso papel conduzir a discussão para que as respostas sejam provocadas nos alunos.
Percebemos, ao final, o sucesso do evento e resolvemos, desde então, dar continuidade ao projeto e preparar a 2ª mesa “A Voz dos Estudantes”, pois vimos o quão importante foi para os discentes.
Não imaginávamos, diante do sucesso do evento, que enfrentaríamos tantas dificuldades para a continuidade dessa atividade, para trabalhar as questões nas escolas e, principalmente, a resistência em fazer valer o espaço conquistado pelos educandos, em dar-lhes liberdade de falar.
Questionávamo-nos de como faríamos para envolver aos demais colegas das escolas, mas quaisquer tentativas eram infrutíferas, o que fazia sentirmo-nos cada vez mais sós.
Pudemos observar também que, no ano passado, apenas dois alunos por escola deveriam participar, e oito escolas foram convidadas. Agora, infelizmente, temos menos escolas efetivamente participando, mas um aumento no número de alunos, o que evidencia a importância deste trabalho para eles, uma vez que perceberam que uma semente foi lançada, um paradigma quebrado e, cabe a nós, juntamente com esses educandos que falam, continuarmos nesta caminhada, embora questões como essas desacomodem, incomodem, mas, certamente, promovem e proporcionam muita alegria, já que somos educadores por escolha e temos, pois, uma função social.
Mesmo diante de todos esses entraves, não desanimamos, continuamos! Estamos aqui, hoje, pois seria inadmissível uma ruptura em uma ação como esta que traz a oportunidade de uma nova educação; constitui-se um processo de cada um de nós, é o nosso crescimento. É a oportunidade de contribuir com a expectativa de nossos alunos em aprender de uma nova maneira algo novo na vida deles.
Assim, é imprescindível destacar que o que está em jogo neste Poder, não é só a formação do professor e do aluno, é a autoformação “humana”, pois como afirma Nóvoa 'ninguém forma ninguém'; a formação é inevitavelmente um trabalho de reflexão sobre os percursos de vida.
Nesse contexto, ao participarmos desse projeto, evidencia-se, portanto, essa formação, por meio da reflexão de nossas experiências com nossos educandos e com nossos pares, pois como afirmou Cecília Waschauer em sua fala, aqui mesmo neste teatro, “é preciso criar um espaço na rotina da escola e no trabalho dos professores para que possamos nos formar através da experiência”. Ela vai além, afirma que “a complexidade da formação, assim como da vida, está no diálogo entre os diferentes.”

sábado, 8 de agosto de 2009

sábado, 2 de maio de 2009

OFICINA DE PRODUÇÃO TEXTUAL











IMPRESSÕES ACERCA DA PARTICIPAÇÃO DA MESA "A VOZ DOS ESTUDANTES" - PODER ESCOLAR 2008

Poder escolar, uma ótima experiência.

Seria apenas mais um dia de aula normal, mas não foi. A diferença foi que assistimos a um documentário, o qual falava sobre a educação nas escolas de outros estados e da vontade dos alunos que têm apenas a escola em suas vidas. Ele me causou um forte impacto e uma grande reflexão, pois aqui nós temos escolas boas e ainda assim achamos “chato” ir à escola e lá, com escolas em situações precárias, vê-se muito mais entusiasmo da parte deles.
Algumas semanas depois, após uma aula de Português com a professora Marion, ela me chamou, e eu achando que seria alguma chamada de atenção ou algum “puxão de orelha” fiquei surpreso e muito contente com o que ouvi. Naquele momento, ela tinha acabado de me convidar a participar do 8º Poder Escolar, foi quando percebi que teria uma oportunidade de me expressar e ter algumas dúvidas esclarecidas. A partir desse dia, começou minha preparação oral e psicológica para o grande dia, pois eu nunca imaginaria que um dia teria coragem de falar perante 1,7 mil pessoas.
No dia do Poder Escolar já acordei com um sentimento diferente, como se fosse um nervosismo misturado com alegria e confiança. Quando cheguei em frente ao imenso Guarani, com um grande movimento, fiquei imaginando como seria e como eu me sentiria quando chamassem pelo meu nome, mas infelizmente não tive essa sensação, pois acidentalmente meu nome e de outros alunos não estavam na lista. Quando foi resolvido o problema rapidamente, por sinal, eu pensei “é agora ou nunca”, então tomei um “gole” de coragem e subi no palco. Em cima do palco e sentado à mesa com um professor e alguns alunos, vi o Guarani inteiro, lotado, com olhos voltados somente para nós. Esse foi um momento que nunca esquecerei, acho que fiquei vermelho de tanta vergonha. Quando começaram as perguntas dos alunos, eu fiquei muito nervoso, e enquanto via os outros alunos se pronunciando, eu imaginava como seria minha vez de falar. Quando ela chegou, fiquei com medo de engasgar, gaguejar, ou que desse algo errado, mas graças a Deus, deu tudo certo. Li minha pergunta no papel trêmulo de tanto nervosismo e, logo após, eu a vi ser respondida claramente. A partir daí, fiquei mais aliviado, pois foi muita conversa de igual para igual, todos expressando sua opinião. No final um abraço e um aperto de mão dos componentes da mesa e um sentimento de compreensão.
Adorei ter participado do 8º Poder Escolar, pois, repito que, me senti compreendido e aliviado, e isso me causou um grande bem, o de ser ouvido.
Agradeço muito pela oportunidade que a professora Marion me concedeu e agradeço a compreensão do professor que estava conosco à mesa.

Gustavo Mazza– 8ª série – 18B
Escola Dr. Joaquim Assumpção
REFLEXÕES ACERCA DA PRÁTICA EDUCATIVA

Marion Rodrigues Dariz
E.M.E.F.Dr. Joaquim Assumpção

Atualmente, o sistema educacional brasileiro vive uma de suas piores crises, e isso se deve, em grande parte, a falhas na comunicação, a desvios de teorias, métodos e técnicas implantados durante as inúmeras mudanças empreendidas nas últimas décadas. Um triste fato comprova isso. Segundo Zagury¹ (2006), ao final da 4ª série do Ensino Fundamental, com quatro anos de escolarização, mais da metade dos alunos continua mal sabendo ler e fazer cálculos matemáticos básicos, e cerca de 40% dos alunos concluem a 8ª série praticamente analfabetos e sem o domínio dos instrumentos mínimos necessários para conseguir um emprego de contínuo.
Percebe-se, com base nesses dados, que inúmeros são os desafios da contemporaneidade e que exigem mais criatividade, mais dinamismo e mais reflexão daqueles que trabalham com educação. Reflexão da prática educativa a qual pode ser compreendida como princípio edificador de mudanças. Foi nesse sentido que nos propusemos a refletir a prática pedagógica realizada com alunos de 8ª série do Ensino Fundamental, na Escola Dr. Joaquim Assumpção, na cidade de Pelotas – RS.
O público-alvo dessa prática educativa foram jovens, em sua maioria, entre 13 e 14 anos. As características da turma não diferem muito de grande parte da nova geração juvenil, que apresenta expectativas, “clama” por mudanças, está em busca de seu espaço. E nada melhor que o processo educativo para incentivá-la a exercer sua cidadania, construindo relações democráticas e solidárias, ou seja, um conjunto de condições necessárias ao seu engajamento político e social, contribuindo para um aumento na motivação, na tentativa de superação. Por isso, torna-se imprescindível a prática dos alunos e suas ações em sala de aula e na sociedade.
Entendemos, com base no trabalho desenvolvido com os educandos supracitados, nas reflexões e nos debates que muitos são os fatores que envolvem o corpo docente, afetando de modo direto o processo ensino-aprendizagem. Há uma falha de comunicação entre as partes.
Com o espaço proporcionado pelo 8º Poder Escolar, tive a oportunidade de desenvolver um trabalho ímpar com esses alunos. Foi nesse momento que eles expuseram seus dilemas, suas frustrações..., foi a oportunidade de ouvi-los e poder compartilhar os momentos bons e os ruins. Nessa ocasião, verifiquei que é hora de considerar o novo perfil do educando e, sobretudo, tornar a construção do conhecimento um processo pró-ativo, cujo resultado seja significativo.
Por meio dele, procurei refletir sobre e inovar minha ação enquanto professor e educador, detectando problemas e falhas, procurando aperfeiçoá-la, para, com isto, atingir o meu principal propósito, pois como afirma Foucault “os professores têm necessariamente que refletir sobre a sua prática pedagógica, pois sem isso não há mudança possível em educação.”
Infelizmente, também constatei, com esse trabalho, um fato chocante: a crise das instituições de ensino - as quais cada vez mais perdem credibilidade, seja por ações equivocadas, como pela falta de participação dos envolvidos nestas, ou pela conjugação das duas. Nesse aspecto, a escola surge como uma instituição desacreditada a qual alunos freqüentam as aulas por exigência da família e não por uma perspectiva própria, o que acarreta muitos problemas de interação em sala de aula.

GÊNERO TEXTUAL - ARTIGO

O meio ambiente e a produção de carne

Indubitavelmente, a produção excessiva de carne no Brasil constitui-se um fator prejudicial ao meio ambiente, porque há a devastação da Floresta Amazônica a fim de ampliar o espaço para a criação de animais, a poluição do ar e dos rios vem aumentando significativamente assim como a fome.
O desmatamento vem acentuando-se cada vez mais com o objetivo de dar espaço para a criação exagerada de gado e aves. Isso é prejudicial ao meio ambiente, uma vez que a terra sendo pisoteada constantemente torna-se improdutiva.
Ficando o solo infértil, o cultivo de alimentos como cereais diminui contribuindo para o aumento da fome no mundo, pois o pouco que é cultivado é utilizado na alimentação dos animais, e somente o que sobra fica para o consumo humano.
Além disso, devido as flatulências e os arrotos emitidos pelos animais, a poluição aumenta gradativamente, pois ocorre a liberação do gás metano que pode ser mais prejudicial ao meio ambiente que o gás carbônico, prejudicando, assim, a camada de ozônio.
Portanto, a criação de animais em nosso país e no mundo deve ser criteriosamente avaliada. A quantidade e o lugar para a criação de animais devem ser determinados de alguma forma para que tais problemas não venham a prejudicar cada vez mais o ser humano e o meio em que se vive.

Rudiere - 18B

GÊNERO TEXTUAL - CRÔNICA

Crônica sobre os “Emos”

Escutei um grupo de amigos comentar que havia batido em um menino, que escolheu ser “emo”, por simplesmente não gostar dele. E por quê?
Às vezes, escolher um ídolo diferente, uma roupa, mudar o cabelo, ser sentimental ou ter uma opção sexual diferente pode causar estranheza nas pessoas. Mas isso é preconceito e não é desconhecimento que todo o preconceito é crime.
Essas pessoas são só jovens que querem ser diferentes, não serem rotulados e nem chamar a atenção. Entretanto, tudo o que eles conseguem é ser discriminados, excluídos, por quê?
Escolher um estilo torna-se tão difícil para alguém, mudar sua vida em função disso é pior; e se existe uma pressão em torno desse jovem, fica cada vez mais difícil ele se expressar e, conseqüentemente, viver melhor.
Perseguir um ser humano pelo que ele é, é ridículo, chega a ser bizarro. Viver como se quer, desde que não interfira na vida do outro, constitui-se direito de todo cidadão.
Preconceitos não existem só para raças diferentes; infelizmente, todos já praticamos e sofremos esse mal. Então não custa nada parar e refletir sobre esse assunto. Preconceito é um mal que deve acabar
!

(Roberta – 18 B)

RESENHA DOS CONTOS GAUCHESCOS

Negro Bonifácio e uma china muito “arretada”
Negro Bonifácio é uma obra gauchesca escrita por João Simões Lopes Neto, que já escreveu vários contos, entre eles: O Mate do João Cardoso, Juca Guerra, O Contrabandista, Trezentas Onças, Jogo do Osso, entre outros. Todos eles são parte da famosa obra de cunho regional: Contos Gauchescos.O conto apresenta momentos de vingança e traições que resultam em violência e mortes.O foco narrativo do texto é em 3ª pessoa e o autor se utiliza de uma linguagem regional.A obra narra a história de uma moça que tinha vários namorados, e que parecia ser “santinha”, mas era cheia de maldade. De todos os seus namorados, o que mais ela gostava, era o Nadico. Tudo ia bem entre eles até que o ex-namorado, Negro Bonifácio, apareceu e armou-se a confusão.O negro fez um convite a Tudinha para uma carreira de cavalos, ela aceitou. Feita as apostas, Tudinha ganhou.O negro, para cumprir a promessa deu-lhe doces, mas ela recusou e o Bonifácio com o orgulho ferido, ficou furioso diante da recusa de Tudinha, afirmando que não era piá de china velha.Nadico, num ato de fúria, deu uma trouxinha na cara do Bonifácio. O negro ficou furioso e tacou-lhe a faca na barriga do Nadico, que morreu. Tudinha, enraivecida, matou o negro para se vingar.A temática mostra uma moça que se parece inocente, mas em um momento de raiva chega a matar violentamente. Essa obra é recomendada a todos os gaúchos e, principalmente, para as pessoas que agem sem medir as conseqüências.João Simões Lopes Neto, autor dessa obra, perdeu seus pais muito cedo, investiu em diversos negócios, mas não alcançou êxito em nenhum deles, uma vez que tinha como dom a escrita. Escreveu para jornais da época usando pseudônimos, pois fazia críticas à sociedade burguesa. Além de Contos Gauchescos, João Simões Lopes Neto escreveu outras obras entre elas: Casos do Romualdo e Lendas do Sul. Além disso, escreveu várias peças teatrais como "Os Bacharéis", mas, infelizmente, só teve o reconhecimento merecido como escritor, após sua morte.
Brenda Ferreira e Camila Gaertner, alunas da 8ª série, da E.M.E.F.Dr. Joaquim Assumpção.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

TRABALHOS COM OS CONTOS DE MACHADO DE ASSIS






















“Eu diria que os educadores são como velhas árvores. Possuem uma fase, um nome, uma ‘estória’ a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os liga aos alunos, sendo cada aluno uma ‘entidade’ sui generis, portador de um nome, também de uma ‘estória’, sofrendo tristezas e alimentando esperanças. E a educação é algo a acontecer neste espaço invisível e denso, que se estabelece a dois. “Espaço artesanal”.
Rubem Alves
"As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos. Quero essência, minha alma tem pressa... Quero viver ao lado de gente que sabe rir dos seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade e deseja tão somente andar em paz e amor no coração. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes nunca será perda de tempo."
(Mário de Andrade)